Fogo nos racistas

Caso de racismo contra o jogador brasileiro Vinicius Júnior, na Espanha.

O futebol, em sua forma mais primitiva, remonta a culturas antigas que praticavam jogos semelhantes. No entanto, o futebol moderno, como o conhecemos hoje, teve sua origem na Inglaterra durante o século XIX.

Acredita-se que os primeiros jogos que envolviam o uso dos pés para chutar uma bola tenham sido praticados em várias civilizações antigas, como os chineses, gregos, romanos e maias. No entanto, esses jogos variavam bastante em suas regras e formas de jogo.

Embora não haja uma data precisa para o surgimento do futebol, é amplamente aceito que ele se desenvolveu a partir de jogos populares praticados em escolas e universidades britânicas no século XVIII. Esses jogos variavam de acordo com a localidade e as regras, mas geralmente envolviam chutar uma bola em direção a um objetivo ou gol.

A codificação das regras do futebol ocorreu em 1863, quando foi fundada a Football Association (Associação de Futebol) na Inglaterra. A partir desse momento, foram estabelecidas as primeiras regras oficiais do esporte, incluindo a proibição do uso das mãos (exceto para o goleiro) e a definição das dimensões do campo de jogo.

Desde então, o futebol se espalhou pelo mundo e se tornou o esporte mais popular e praticado globalmente. Diversas associações nacionais de futebol foram fundadas, como a FIFA (Federação Internacional de Futebol Associado), em 1904, para coordenar e regulamentar o esporte em escala global.

Vinicius Junior, alvo de ataques racistas em partida contra o Valencia.

A popularidade do futebol cresceu rapidamente e se espalhou para outros países. No final do século XIX e início do século XX, foram fundadas várias associações nacionais de futebol e competições locais e internacionais começaram a ser organizadas.

Ao longo dos anos, o futebol passou por várias evoluções e mudanças. Foram introduzidos novos sistemas táticos, que influenciaram a forma como as equipes jogam. A melhoria das condições de jogo, dos equipamentos e das infraestruturas, incluindo estádios modernos, contribuiu para o desenvolvimento do esporte.

A tecnologia também desempenhou um papel importante na evolução do futebol. A introdução do árbitro de vídeo (VAR), por exemplo, ajudou a tomar decisões mais precisas durante as partidas. Além disso, a globalização do esporte e a popularidade do futebol levaram à criação de competições internacionais de alto nível, como a Copa do Mundo da FIFA, a Liga dos Campeões da UEFA e a La Liga, a primeira divisão da liga espanhola de futebol entre os clubes da Espanha.

O futebol continua a evoluir até os dias de hoje, com o uso crescente de análise de dados e estatísticas, avanços na medicina esportiva e na preparação física dos jogadores, além de mudanças nas regras e regulamentos para aprimorar o jogo e sua segurança.

Mesmo assim, com tudo isso, a vida de um dos melhores jogadores do Real Madrid não está fácil nos últimos meses. Vinicius Júnior tem sido perseguido por torcidas e torcedores racistas. Mas essa reação dos espanhóis com atletas negros não é nova e tem uma explicação sombria que está voltando com força por lá.

Infelizmente, o racismo ainda é um problema presente nas torcidas dos clubes de futebol da La Liga na Espanha, assim como em outras ligas e competições ao redor do mundo. Embora não seja uma característica generalizada de todas as torcidas, existem casos em que torcedores manifestam comportamentos racistas durante as partidas.

Esses comportamentos podem incluir cânticos racistas, insultos e gestos discriminatórios direcionados a jogadores de cor ou de origens étnicas diferentes. Os alvos mais comuns do racismo nas torcidas de futebol na Espanha são jogadores negros ou de ascendência africana.

A Liga Espanhola de Futebol Profissional (La Liga) e as autoridades do futebol espanhol têm adotado medidas para combater o racismo nas arquibancadas. Foram estabelecidas regulamentações e protocolos para lidar com incidentes de discriminação racial, incluindo sanções e punições para os clubes cujos torcedores se envolvam em comportamentos racistas.

Além disso, organizações antirracismo e entidades como a Comissão Antiviolência da Espanha trabalham em conjunto com os clubes e as autoridades para promover a conscientização, a educação e a tolerância no futebol, visando erradicar o racismo das arquibancadas.

No entanto, é importante ressaltar que a luta contra o racismo é um desafio contínuo e requer o engajamento de todos os envolvidos no futebol, incluindo jogadores, dirigentes, torcedores e a sociedade em geral.

Combater os ataques de racismo das torcidas dos clubes de futebol requer esforços coordenados de várias partes interessadas, incluindo clubes, federações, ligas, autoridades governamentais, organizações antirracismo e os próprios torcedores.

Algumas medidas importantes para combater o racismo nas arquibancadas incluem:

Educação e conscientização: é essencial promover a conscientização sobre os efeitos negativos do racismo e a importância da igualdade e do respeito. Isso pode ser feito por meio de campanhas educativas, programas escolares, palestras e workshops que abordem o tema do racismo no futebol e na sociedade em geral.

Sanções e punições: as autoridades do futebol devem implementar sanções rigorosas e efetivas para os clubes cujos torcedores se envolvam em comportamentos racistas. Isso pode incluir multas significativas, jogos com portões fechados (sem torcida), perda de pontos ou até mesmo exclusão de competições. É importante que as punições sejam aplicadas de maneira consistente e justa.

Identificação e denúncia: é fundamental que os torcedores que testemunhem ou sejam vítimas de racismo nas arquibancadas denunciem esses incidentes às autoridades competentes. Os clubes devem estabelecer canais de denúncia seguros e confidenciais para que os torcedores possam relatar incidentes de racismo.

Monitoramento e aplicação das leis: as autoridades governamentais devem monitorar de perto os incidentes de racismo no futebol e garantir a aplicação das leis existentes para combater a discriminação racial. Isso envolve a cooperação entre a polícia, os órgãos governamentais e as autoridades do futebol.

Engajamento dos clubes e jogadores: os clubes de futebol têm um papel importante na promoção da igualdade e no combate ao racismo. Eles devem estabelecer políticas e programas antirracismo, oferecer treinamentos de sensibilização para jogadores e funcionários, além de tomar medidas para punir e banir torcedores envolvidos em comportamentos racistas.

Cooperação internacional: o combate ao racismo no futebol deve ser uma iniciativa global. As organizações internacionais, como a FIFA e a UEFA, devem trabalhar em conjunto com as federações nacionais e os clubes para promover a tolerância, compartilhar melhores práticas e desenvolver diretrizes abrangentes para combater o racismo nas arquibancadas.

Essas medidas combinadas têm o objetivo de criar um ambiente mais inclusivo e respeitoso nos estádios de futebol, onde jogadores de todas as origens possam competir sem medo de discriminação racial. Uma jornada contínua que exige o comprometimento de todos os envolvidos para uma mudança significativa.

Por trás de um trabalho silencioso nos bastidores e quebrando as barreiras do racismo, o jovem jogador brasileiro de apenas 22 anos, como destaque de um dos maiores clubes do mundo: Vinícius Júnior superou as críticas e as dificuldades para se consolidar como um craque do Real Madrid.

Título do post inspirado originalmente pela música do rapper mineiro Djonga, artista que chama a atenção pela sua lírica forte e críticas sociais nas letras. Para ouvir 'Olho de Tigre': clique aqui.

Algumas semana após escrever esse post, só depois eu acabei descobrindo a banda brasileira de thrash Black Pantera, de Uberaba, que aborda temas como política, racismo e discriminação em suas letras. O nome da banda é uma homenagem aos Panteras Negras. Ouça agora um trecho da música 'Fogo Nos Racistas':

Leonardo Coletti

Leonardo Coletti