Maravilhas da burocracia

Um momento revelador. 

No final de 2022, o mundo testemunhou algo que parecia pequeno demais para provocar qualquer ruptura profunda: um site simples, uma caixa de texto, um cursor piscando.

O nome não era bonito, nem prometia grandeza: “ChatGPT”.

A maioria entrou por curiosidade.

Alguns queriam testar a matemática, outros fazer perguntas inúteis, muitos apenas brincavam de conversar com um robô.

E ainda assim, mesmo tropeçando em contas básicas, inventando informações e se confundindo com perguntas bobas...

Acendeu algo que não víamos há muito tempo: a sensação de que estávamos diante de uma nova porta.

Dois anos depois e essa porta não existe mais.

Não existe, porque todo mundo atravessou ela, e agora, há um corredor inteiro. Uma sucessão de possibilidades que se multiplicam todos os dias.

A IA deixou de ser um brinquedo. Tornou-se uma força inevitável.

Hoje, modelos como Sora transformam palavras em filmes completos. Runway e Pika Labs convertem esboços em campanhas inteiras. Gemini, do Google, transita entre planilhas, apresentações e e-mails como se sempre tivesse feito parte deles. A Microsoft reescreveu sua própria suíte com o Copilot.

E grandes marcas — Coca-Cola, Amazon, Natura — atravessaram 2025 inteiras reestruturando suas operações em torno da IA.

Não é exagero dizer: acabou o período de brincadeira.

A inteligência artificial entrou na fase adulta, e o mercado entrou com ela.

Mas enquanto tudo isso acontecia, outra coisa também se tornou evidente. Algo que ninguém esperava, mas que agora parece óbvio:

A distância entre quem usa IA e quem realmente domina IA aumentou numa velocidade assustadora.

Em 2025, vimos pessoas criando vídeos, páginas, campanhas e produtos inteiros em questão de minutos, enquanto outras continuavam travadas — pedindo conselhos existenciais para a IA, tentando fazer dela terapeuta, consultora, adivinha.

E, claro, se frustrando quando ela devolvia respostas vazias, imagens estranhas, textos amassados por dentro.

O problema nunca foi a ferramenta, e sim a forma como muitos passaram a depender dela sem saber dirigir a criação.

Sem compreender que toda tecnologia, por mais poderosa que seja, precisa ser guiada.

Era como entregar uma orquestra completa nas mãos de alguém que nunca segurou uma batuta (alguns nem sabem que o “pauzinho” se chama BATUTA). Os instrumentos estavam afinados e os músicos 100% prontos. Mas a música não nascia — porque ninguém dizia como ela deveria acontecer.

2025 deixou isso claro como nunca.

A IA executa, quem cria é você.

Afinal, máquinas podem pensar?

O uso dessa tecnologia não é algo novo.

Mas mudou plenamente o rumo das relações humanas.

Nada mais é como antes: carreiras, empresas, projetos e expectativas.

Profissionais que dominavam a direção criativa começaram a produzir três, cinco, dez vezes mais.

Empresas começaram a contratar pessoas com fluência em IA antes mesmo de olhar para o portfólio. E o resto… ficou preso na mesma frase repetida pela internet inteira: “a IA potencializa pessoas”.

Potencializa quem?

Porque, enquanto isso era dito, milhares perdiam tempo, desempenho e oportunidade por não saber pedir — por não saber transformar intenção em instrução.

E é exatamente por causa desse cenário — não por moda e muito menos por hype — que o Profissão Blogueiro existe.

Nós pegamos essa fase no seu auge, madura e prática, transformamos em algo que ainda não existia: plataformas completas, contínuas, profissionais, que colocam nas mãos de qualquer pessoa o poder de criar.

De ponta a ponta, usando IA.

Não há cursos soltos e tampouco aulas isoladas.

Uma plataforma inteira evoluindo junto com a tecnologia.

Em 2025, isso fez sentido. Mas, em 2026, isso será necessário.

Descontos aparecem e desaparecem o tempo todo — eles resolvem o bolso, mas raramente mudam a direção de alguém.

O que acontece na segunda-feira é outra coisa.

É como abrir uma porta que, até agora, só existia entreaberta. Uma porta que leva a um espaço de trabalho mais silencioso, mais claro, mais organizado — onde a IA não é um adereço curioso, mas uma ferramenta que realmente expande o que você consegue construir com as próprias mãos.

E, no fim, esse tipo de alinhamento é o que permite crescer sem se perder no processo. Para não viver a vida de outra pessoa achando que é a sua.

Se você parasse hoje de tentar corresponder ao que o seu ambiente espera de você, o que você continuaria escolhendo?

  • Que metas ainda fariam sentido?
  • Que ritmos você manteria?
  • Que decisões sustentaria?

Mesmo sem aplauso, validação ou comparação.

Porque, crescer não é ir mais rápido.
É ter clareza suficiente.

"Dinheiro gera dinheiro, e pobreza gera pobreza. Educação gera educação, e ignorância gera ignorância. Os que foram vítimas na história uma vez tendem a serem vitimados novamente. E aqueles que a história privilegiou tendem a serem privilegiados novamente."

(Trecho do livro 'Sapiens' - Uma breve história da humanidade, de Yuval Noah Harari)

Dissonância cognitiva

Pensar, reavaliar e criticar.

Tensões, conflitos e dilemas.

O tempero de todas as culturas.

Parque de diversões das mentes entorpecidas.

Crenças contraditórias, valores incompatíveis.

As regras estão sendo combatidas.

Os padrões estão em disputa.  

Observação nítida.

Ponto de partida.

Com todo carinho,
Um forte abraço.

Leonardo Coletti

Leonardo Coletti

Jornalista, DJ e Creator.
Brazil