O cinema brasileiro possui uma relação bastante forte e diversa com o humor, uma característica que sempre esteve marcante na produção cinematográfica do Brasil, desde os primeiros filmes mudos até os dias atuais.
Uma das razões para essa relação é a influência do choque de cultura brasileira, conhecida por seu espírito alegre e brincalhão. O humor é uma forma de expressão muito apreciada pelo público brasileiro, e muitos filmes exploram esse aspecto para entreter e divertir o espectador.
No cinema brasileiro, o humor é abordado de diferentes maneiras, desde comédias escrachadas e pastelão até sátiras políticas e comédias de costumes. Alguns filmes se destacam nesse gênero, como "O Auto da Compadecida", longa metragem de 2000, dirigido por Guel Arraes, que mistura elementos da cultura nordestina com comédia e teve grande sucesso de público e crítica.
Além disso, o Brasil tem uma tradição rica em programas de televisão humorísticos, como os famosos "Os Trapalhões" e "Chico Anysio Show", que influenciaram e revelaram diversos talentos para o cinema nacional.
Outro programa de TV que teve uma influência significativa no humor brasileiro foi o "Casseta & Planeta Urgente!", fundado oficialmente em 1986 com a fusão das turmas de duas publicações do Rio de Janeiro, a revista Casseta Popular e o tabloide O Planeta Diário, que faziam humor acerca de temas do cotidiano.
No entanto, é importante ressaltar que o cinema brasileiro não se limita apenas à comédia. Existem muitos filmes sérios e dramas de qualidade produzidos no Brasil, abordando uma ampla gama de temas e estilos cinematográficos. O humor é apenas um dos aspectos da rica diversidade do cinema brasileiro.
Periferia do Capital
De acordo com o teórico de cinema brasileiro Ismail Xavier, ele identifica quatro movimentos no cinema brasileiro. São eles:
Primeiro movimentos; (1898 - 1940)
Cinema Novo/Cinema Marginal; (1950 - 1970)
Naturalismo da Abertura; (1970 - 1990)
A Retomada; (1990 - até os dias atuais)
Houve um aumento na produção de filmes brasileiros, impulsionado por políticas de incentivo governamentais e por novas oportunidades de financiamento. Nesse período, surgiram cineastas e filmes de destaque, abordando uma diversidade de temas e estilos cinematográficos.
Mas é importante ressaltar que esses movimentos não são estritamente separados e subdivididos, há sobreposições e influências mútuas entre eles. No entanto, eles servem como categorias úteis para compreender a evolução do cinema brasileiro ao longo do tempo.
Cinema popular brasileiro
Uma das figuras mais importantes e influentes, Glauber Rocha foi um cineasta, roteirista e teórico do cinema, nascido no ano de 1939, em Vitória da Conquista, na Bahia, e falecido em 1981, no Rio de Janeiro. Sua obra teve um impacto significativo no cinema nacional e internacional, deixando um legado duradouro.
A importância de Glauber pode ser observada em vários aspectos, sendo um dos principais representantes do Cinema Novo e deixando um impacto profundo, tanto esteticamente quanto politicamente, na história do cinema nacional.
Ele revolucionou a produção cinematográfica no Brasil nos anos 1960, com a sua busca por uma identidade nacional, a crítica social e política.
Glauber trouxe também inovações estéticas e narrativas para o cinema brasileiro. Seus filmes eram marcados por uma linguagem cinematográfica ousada, com imagens impactantes, montagem vigorosa e narrativas não lineares. Ele explorou de maneira inventiva, combinando elementos realistas e simbólicos.
As suas obras eram fortemente políticas e sociais. Glauber abordou questões relacionadas a desigualdade social, ao colonialismo, a opressão e a luta por liberdade. Seus filmes eram críticos ao sistema político brasileiro e à influência estrangeira no país, sendo uma voz importante na resistência à ditadura militar.
Seu filme "Deus e o Diabo na Terra do Sol" (1964) foi premiado no Festival de Cannes e se tornou um marco do Cinema Novo brasileiro. Ele também recebeu prêmios e homenagens em festivais e instituições ao redor do mundo, contribuindo para a projeção internacional do cinema brasileiro.
O trabalho de Glauber Rocha continua a influenciar gerações de cineastas brasileiros e estrangeiros. Sua visão criativa, sua postura política e seu comprometimento com a arte como forma de resistência deixaram um legado duradouro no cinema. Seus filmes são estudados em escolas de cinema e suas ideias teóricas ainda são discutidas e debatidas no campo cinematográfico.
Um canal de televisão por assinatura brasileiro com programação voltada para produções audiovisuais nacionais, o Canal Brasil foi lançado em 18 de setembro de 1998, uma das emissoras pertencentes à Globosat, empresa do Grupo Globo.
O surgimento do Canal Brasil está ligado à necessidade de criar um espaço dedicado à exibição e promoção de filmes, documentários, séries e programas brasileiros, em um momento em que a indústria audiovisual nacional estava em ascensão e buscava maior visibilidade. O canal foi concebido como uma alternativa aos canais estrangeiros de filmes e séries, proporcionando um espaço para o cinema brasileiro e outras produções nacionais.
A ideia de criar um canal dedicado ao conteúdo nacional surgiu em meados da década de 1990. O Grupo Globo, uma das maiores empresas de comunicação do Brasil, identificou a oportunidade de investir em um canal de televisão por assinatura que atendesse a essa demanda. Assim, a Globosat, empresa responsável pela programação e distribuição dos canais por assinatura do grupo, deu início ao projeto do Canal Brasil.
O canal foi lançado com uma proposta de programação diversificada, incluindo filmes de diferentes gêneros, documentários, séries, programas de entrevistas, cobertura de festivais de cinema e outras produções audiovisuais brasileiras.
Desde então, o Canal Brasil tem sido um importante espaço para a divulgação e valorização do cinema nacional, contribuindo para o crescimento e reconhecimento da indústria audiovisual brasileira.
Ao longo dos anos, o Canal Brasil tem ampliado sua programação e diversificado os formatos de conteúdo, incluindo produções independentes, filmes cult, clássicos do cinema brasileiro, programas de debate e análises cinematográficas, entre outros. O canal também se tornou um parceiro importante para produtores e diretores brasileiros, oferecendo uma vitrine para suas produções e contribuindo para a formação de um público mais engajado e interessado no cinema nacional.
Para conferir os novos episódios da segunda temporada do Choque de Cultura no Canal Brasil, aclamado programa de humor que traz discussões sobre cinema e outras temáticas culturais: clique aqui.