Estado de Alerta

Sede de poder.

Em tempos de eleição, o cenário se transforma em uma arena de combate onde, muitas vezes, parece não haver nenhum limite no que os candidatos estão dispostos a fazer para conquistar votos.

A ética, que deveria ser a base de qualquer disputa justa, é frequentemente deixada de lado em prol de uma estratégia que mistura polêmicas, ataques pessoais e até mesmo o uso de notícias falsas.

Essa prática tem se tornado cada vez mais comum em campanhas eleitorais no mundo todo, levantando questões sobre até onde os candidatos podem ir em suas tentativas de se eleger.

Nos últimos anos, conseguimos perceber que as campanhas eleitorais passaram a ser marcadas por um "vale tudo".

A ideia principal é ignorar os limites éticos e se concentrar cada vez mais em manipular a opinião pública a qualquer custo.

Esse fenômeno é amplamente alimentado pelas redes sociais, como o "X" (ex-Twitter), que proporcionam um ambiente perfeito para a disseminação rápida de informações — ou desinformações.

A criação e disseminação de fake news tornou-se uma arma poderosa nas mãos de candidatos dispostos a topar tudo para desestabilizar seus adversários e angariar votos.

A difamação e a calúnia são lançadas sem escrúpulos, e, mesmo que posteriormente desmentidas, o estrago já foi feito.

Um exemplo claro desse comportamento foi a eleição presidencial nos EUA, em 2016, quando as fake news proliferaram a ponto de influenciar o resultado das urnas.

Uma avalanche de notícias inventadas e informações distorcidas, propagadas por redes de bots e perfis falsos, atingiram milhões de eleitores, criando uma crescente atmosfera de desconfiança e polarização.

Essas táticas sujas colocaram em xeque a integridade do processo eleitoral do nosso país, evidenciando como o limite da ética é facilmente ultrapassado em prol de um objetivo maior: a vitória a qualquer custo.

Quem tem limite é município.

Além das fake news, o uso de polêmicas pessoais também tem se tornado um recurso recorrente nas campanhas.

Deturpar falas, expor a vida privada dos adversários ou manipular vídeos para criar situações embaraçosas são estratégias utilizadas para desestabilizar o oponente e desviar a atenção dos eleitores das questões realmente importantes.

Essa tática de "baixar o nível" muitas vezes desencoraja um debate político sério e baseado em propostas, transformando as campanhas em verdadeiros espetáculos de absurdos.

"As pessoas farão qualquer coisa por aqueles que encorajam seus sonhos, justificam seus fracassos, aliviam seus medos, confirmam suas suspeitas e ajudam a jogar pedras em seus inimigos." Blair Warren

É interessante notar que essas práticas não se limitam a uma região ou país específico.

No Brasil, nesse sentido, as eleições também são marcadas por campanhas agressivas e muitas vezes desrespeitosas.

O uso de ataques pessoais, a divulgação de dossiês comprometedores e a exploração de escândalos são práticas comuns.

As eleições de 2018 foi um marco no uso massivo de desinformação para manipular o eleitorado, resultando em uma campanha altamente polarizada e marcada por discursos de ódio e intolerância.

O que está em jogo é mais do que apenas a ética na política; é a própria saúde e manutenção da democracia.

Quando os limites éticos são ultrapassados e as campanhas se transformam em uma guerra sem regras, o eleitor acaba por perder a sua confiança no sistema político.

A credibilidade das instituições é colocada em xeque, enquanto a polarização e o extremismo ganham força.

Diante desse cenário, é essencial repensar o papel da ética nas campanhas eleitorais e buscar formas de regulamentar as práticas dos candidatos.

"Há boas razões para supor que os arquétipos são as imagens inconscientes dos próprios instintos, em outras palavras, que eles são padrões de comportamento instintivo." Carl Jung

Walter Benjamin, filósofo, crítico literário e sociólogo judeu alemão, destaca em suas análises como as emoções e a estética são manipuladas, especialmente em contextos de propaganda e poder político.

Em poucas palavras, a política é a arte de manipular os afetos.

Transparência, responsabilidade e um compromisso genuíno com a verdade deveriam ser requisitos mínimos para qualquer disputa política.

Se não houver um esforço conjunto para restabelecer esses princípios, o risco é que a política se torne cada vez mais um jogo de vale-tudo, onde a ética é a primeira a ser sacrificada em nome do poder.

A pergunta que permanece e não cala:

Até quando vamos aceitar isso?

Estamos dispostos a deixar que a ética seja corroída em nome de uma vitória eleitoral?

Será que seria possível mesmo manter a integridade do processo democrático em um cenário onde tudo parece permitido?

Encontrar essa resposta será crucial.

Meu pai sempre me disse uma frase que ficou marcada na memória:

"A minha liberdade termina quando começa a sua". Foi assim que aprendi a praticar empatia e pensar no próximo.

Que sejam eternos os nossos professores.

Educação em primeiro lugar, sempre.

Nem todo gol precisa ser um golaço.

Falta coerência, sobra oportunismo.

O futuro está em nossas mãos.

A organização é a única saída.

Humildade é o carro chefe.

Respeito É pra Quem Tem

Melhor a cada manhã.

Cada lugar uma Lei

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Leonardo Coletti

Leonardo Coletti

Jornalista, DJ e Creator.
Brazil