Um horizonte de possibilidades

"As árvores somos nozes."

Com certeza você deve lembrar do filme "Era do Gelo", um marco para as crianças dessa geração, um daqueles filmes que põe a família inteira no sofá pra assistir.

Sabe o esquilinho que vive atrás da noz? Ele não sabe, mas o filme tá mostrando uma transição de eras do nosso planeta.

E se eu te contar que, dessa vez, nós somos os esquilinhos vivendo o fim de uma era... sem saber?

Bom, mais ou menos, né. Se você acompanhou o maior YOUPIX Summit da história, sabe que a era do improviso na Creator Economy tá chegando ao fim.

Dito isso, o que vem pela frente?

Hoje vou te dar uma pista.

Essa frase me acompanha há anos:

“Vocês superestimam o que podem fazer em 1 ano e subestimam o que podem fazer em 10.”

E ela se prova verdadeira, todos os dias. Em absolutamente tudo que eu observo nas pessoas.

Gente frustrada com 6 meses de esforço. Gente trocando de ideia a cada 3 semanas. Gente que quer viver os frutos de uma década em 90 dias (e não vai viver).

Você quer saber o segredo das pessoas que constroem algo grande?

Elas suportam o tempo.
Elas suportam a repetição.
Elas suportam parecer idiotas por alguns anos.
Elas suportam passar meses construindo algo que ninguém vê.

A maioria das pessoas não precisa de mais talento, mais ideias ou mais sorte. Precisa só de mais 10 anos.

Dez anos focado,  suportando a mediocridade até se tornar excelente no que faz. Se tivesse que começar de novo, seria isso que eu faria.

Seguir um mapa pra sair do zero. Adquirir conhecimento à frente. Pra quem vive da criação de conteúdo, o modelo é uma virada.

São aqueles que mais têm engajamento real e podem surfar numa onda poderosa.

Vai desperdiçar mais uma década da sua vida?

Falta só decidir, de uma vez por todas.

É exatamente isso que está em jogo.

Sobrevivendo a era da pastelaria

Na pesquisa de ROI & Influência 2025, descobrimos que 70% das agências dão menos de uma semana pra elaborar uma campanha de influência.

O resultado é um mercado acelerado, onde muita gente vive no modo “pastelaria de conteúdo”.

A gente nem precisa falar sobre como isso prejudica os resultados e as pessoas envolvidas, né?

Mas... enquanto o Brasil não muda, o que resta é usar a tecnologia a favor da criatividade.

Por isso, a importância de delegar tarefas burocráticas, que mais roubam tempo e energia, pra você focar no que realmente importa: as ideias.

Não é sobre “entregar pra IA”, é sobre delegar pra ela. A tecnologia não substitui o seu olhar criativo, mas te ajuda a liberar espaço mental pra que ele floresça. E tem mais: tudo isso chegando justo em tempos de Black Friday.

Se você quer começar 2026 com tudo, fazer parte de uma comunidade e dar o próximo passo na sua carreira, esse é o momento.

A Mozilla Foundation chamou de “Post-Naive Internet Era” o que estamos vivendo nesse instante: um tempo em que o idealismo digital dos anos 2010 foi substituído por um pragmatismo necessário.

Aquela ideia de que a internet seria um espaço livre, criativo e colaborativo foi engolida pelas discussões incessantes, o discurso de ódio, os milhões de bots, o algoritmo que muda suas diretrizes a cada três dias, pela 'normalização' do modo “topa tudo por dinheiro", para capturar a atenção da audiência.

Mas talvez, curiosamente, isso não é o fim dos tempos, mas sim o início de uma reconstrução mais consciente do que chamamos de internet.

A tese é simples, mas poderosa: a era “pós-ingênua” surge quando deixamos de acreditar que a internet pode ser salva por um grande ideal e passamos a construir microestruturas digitais, voltadas às nossas próprias comunidades e valores. Não é mais sobre “reinventar a internet”, e sim reconfigurar os espaços que já existem e o modo como a gente produz conteúdo, distribui e monetiza cultura.

Cada sociedade e cada indivíduo normalmente explora apenas uma pequena fração de seu horizonte de possibilidades.

O que mais tem, ainda hoje, é gente falando: “Precisamos impedir que esses bots cheguem com discurso de ódio em qualquer post”. Todo mundo pode se indignar, mas o que nós, meros internautas, podemos fazer pra contribuir numa mudança em escala global?

Parece que esse desejo utópico de tentar reiniciar o povoamento da internet como um lugar de trocas, intercâmbios culturais e informação simplesmente nunca foi possível na prática, mas na nossa cabeça era o mundo digital ideal.

A Mozilla chama esse movimento de “construir nas rachaduras da internet que aprendemos a aceitar”. E essa frase vale ouro para quem trabalha com influência e criação de conteúdo.

O artigo descreve esse abandono do idealismo e a entrada em um modo de operação mais estratégico, realista e focando cada vez mais em comunidade — e é exatamente isso precisamos entender em 2025.

Assim como o funil tradicional não é mais garantia de sucesso, porque muitas vezes acaba ignorando a força e o impacto do marketing de influência - que sim, chega atropelando o mercado da publicidade digital.

Aquela era do “lança a #publi no ar e vê o que acontece” já era. Esse 'improviso romântico' que funcionava quando tudo era mato é o mesmo que limita o crescimento do mercado.

O mercado só cresce quando todos crescem.

No YOUPIX Summit desse ano, a gente debateu muito o fim da era do improviso na Creator Economy, no que muitos creators, principalmente, alertaram: não é sobre abandonar o 'jeitinho brasileiro', que te impulsiona a criar conteúdo com os equipamentos que você têm na mão, do jeito que você pode e ir construindo uma comunidade na base da tentativa e erro.

Quando a gente fala em fim do improviso, é sobre encarar a carreira de creator como um negócio, desde o começo, ainda que não pareça. Porque essa mudança de mentalidade, que precisa abocanhar a Creator Economy, é o que vai permitir a ponte com a era da “internet pós-ingênua” que o artigo mencionou.

Essa nova era é sobre planejar: saber o que construir, para quem e com quais estruturas.

É sobre entender que um creator independente e uma marca não precisam competir por atenção, e sim dividir valor, propósito e processo.

O idealismo utópico de uma internet boazinha pra todo mundo deu lugar à estratégia, à cocriação e à propriedade compartilhada.

Se a internet de todas as coisas está sendo construída a partir das rachaduras de grandes plataformas, o marketing de influência também precisa nascer daí: não é sobre quem fala mais alto, mas quem constrói com consciência.

Criar, planejar e mensurar estratégias.

10 anos no mesmo plano.

Você está pronto(a)?

(Texto inspirado na News #33 da YOUPIX, para aprofundar os assuntos corre pro @instayoupix e receba, em primeira mão, o olhar da Rafa Lotto e de todo o time :)

Leonardo Coletti

Leonardo Coletti

Jornalista, DJ e Creator.
Brazil