Não cola mais

Sabe aquela história clássica?

Alguém vê algo incrível, pensa “depois eu volto”, e quando finalmente decide agir, já é tarde demais.

Acontece com um ingresso de show, uma passagem promocional, até com aquele livro que poderia ter mudado tudo.

A chance estava ali. Mas ficou só no quase.

E esse é exatamente o risco agora: deixar passar a oportunidade de garantir bons livros por até metade do preço.

Tudo isso em condições que não voltam quando setembro acabar.

A espera custa caro. E dessa vez, o preço é perder a chance de transformar sua estante — e seus resultados.

O recado está dado: são os últimos dias para não deixar o “quase” roubar a sua oportunidade.

A Creator Economy não cabe mais em improvisos

Pra enfrentar um ambiente saturado, o melhor remédio é o profissionalismo

A Creator Economy cresceu rápido demais e agora precisa encarar suas próprias contradições. Lembra como eram as redes sociais antes da pandemia e o espaço que elas ocupam nas nossas vidas hoje em dia?

De um espaço pra postar foto de comida, o Instagram de repente virou uma das maiores vitrines digitais, conectando o mundo inteiro e promovendo o consumo até quando parece só uma dica.

Historiadores costumam brincar que “30 anos de história não é nada”. Pro nosso tempo de vida, pode ser um tempão, mas pra toda a história da humanidade, é um sopro. Imagina 5 então?

Esse é o tempo que a internet precisou pra fazer a gente esquecer de como era o mundo antes dos stories e da publicidade que só ligava pra televisão. Até esse divisor de águas, chamar um 'influenciador' pra uma campanha publicitária era certeza de oba-oba, a menos que a marca buscasse uma celebridade, essas sim, as que realmente influenciavam.

Como tudo caminha e se transforma independente de você correr, ou apenas se deixar levar pela maré, a Creator Economy foi engolindo o que via pela frente em seu caminho no marketing digital e, agora, ou você sobe o degrau da profissionalização, ou toma um caldo nessa onda.

Uma das barreiras mais chatas que o nosso mercado precisa enfrentar é a do ROI - não à toa, a YOUPIX tem uma pesquisa anual dedicada a explorar este segmento.

Isso porque, apesar de sabermos pra onde caminha o dinheiro, muitas marcas ainda têm medo de apostar no marketing de influência, por não saber como analisar os resultados depois. Esse movimento perpetua o jeito conservador de fazer publicidade, o que trava todo o nosso mercado de crescer junto e fazer mais dinheiro em todas as frentes.

O que os dados dizem sobre influência e consumo chega para fazer o que muita gente na publicidade ainda evita: expor as dores reais do nosso mercado e discutir soluções práticas para quem quer se profissionalizar de uma vez por todas.

A primeira ferida: uma visão limitada

Muita marca ainda opera como se influência fosse só replicar o formato de #publi no Instagram (sim, ainda tem quem viva de combo no feed + 3 stories). Esse raciocínio mata o potencial do nosso ecossistema se sustentar. É uma visão limitada, mas fácil de justificar em números, principalmente se o combo sair num feed pra milhões de seguidores. Cresce os olhos de quem pouco entende, né?

Acontece que, diferente dos tempos da TV, onde você dependia dos “15 segundos de fama” pra aparecer, hoje você não precisa da atenção do Brasil inteiro ao mesmo tempo.

Você pode conversar diretamente com o seu nicho, que talvez não esteja interessado no restante da programação de um canal qualquer. Mas, na sua, ele tá vidrado. Creators podem ser sócios de marcas, ou serem a própria marca!

Podem construir comunidades que dialogam com suas parcerias, abrir estúdios e até competir com a TV, algo que a gente imaginou que nunca seria possível.

A lógica de chamar a Xuxa pra divulgar seu produto na intenção de atingir mais pessoas, já que ela era vista o tempo inteiro, caiu por terra.

Hoje, você pode selecionar pra uma campanha uma pessoa muito menos conhecida, mas que dialogue todos os dias com uma comunidade que sente exatamente a mesma dor, que pode ser resolvida pelo produto dessa campanha.

O que antes significava volume, hoje precisa ser valor. O que era alcance, agora precisa ser relevância. O creator certo não só amplia o alcance, como traz propósito, reforça território e aproxima a marca do público. Não é muito doido que “medo” ainda seja um sentimento presente num mercado tão arrojado?

Não podemos perder de vista que, em algum momento da nossa semana, nós também nos tornamos audiência, parte de uma comunidade e alvos do consumo.

Por isso mesmo, queremos conexão real e buscamos autenticidade no conteúdo que consumimos.

Tá na cara quem faz #publi só pelo cachê, então do mesmo jeito que é difícil prender a atenção de alguém rolando o feed nos primeiros 3 segundos de um vídeo, é fácil demais conquistar pela autenticidade quando uma campanha é cocriada entre marca e creator. Isso sim conquista.

Mas… não tem tanta #publi pra tanto creator

Do lado dos creators, muitos aqui no Brasil enfrentam uma questão básica de qualquer negócio, a diversificação de renda. Até tem quem consiga viver só de #publi, outros que encontraram uma maneira de monetizar suas comunidades, é possível receber apoio via assinaturas, ou lançar uma linha de produtos próprios e até com indicações que parecem despretensiosas - o famoso link de afiliados - é possível encontrar uma fonte de renda.

Que existem vários caminhos, a gente sabe. Mas por que a estratégia de diversificar a renda, dentre tantas possibilidades ainda é uma realidade de pouquíssimos creators?

A carreira de creator ainda é uma parada nova pro formato tradicional de trabalho que a gente sempre conheceu e pode ser que muita gente não tenha planejado como fazer a transição e entrar de vez nessa vida. Muitos ainda não saíram do CLT, mas produzem conteúdo nas horas vagas e ficam equilibrando esses pratos.

Ou então até saíram, num impulso de "chegou a minha hora de brilhar", e agora estão voltando a procurar empregos, porque a expectativa na criação de conteúdo era bem maior do que a realidade entregou.

O fato é que, independente do que a gente vá fazer na vida, planejamento e estratégia geralmente caem bem, né? Quando essa etapa não é simplesmente pulada, o questionamento sobre a constância na renda, cedo ou tarde, ia bater à porta. Quando a gente fala sobre sair do improviso e desenhar carreiras sustentáveis, é porque, do mesmo jeito que a influência pode ser motor de negócios, também pode ser arriscada e é preciso estar pronto.

O mercado está passando por um momento mais turbulento com a chegada de novos formatos, plataformas e com um creator novo surgindo a cada esquina. Por isso, vai se destacar quem apostar na capacitação como a principal ferramenta de negócio. A expertise é quem pode frear o medo e estimular novas possibilidades.

Mas não falta profissionalismo só do lado dos creators: infelizmente, um dos costumes mais chatos do nosso mercado é quando marcas e/ou agências dão prazos curtíssimos para os creators pensarem em como vão entregar uma campanha.

O resultado é uma entrega apressada, o ROI simplesmente vira lenda e perpetua uma exaustão que, no fim das contas, todo mundo acaba sentindo.

Mas elas não repetem esse comportamento à toa: como as marcas são as donas do dinheiro, elas selecionam quem sabe lidar com pressão.

Quando a internet discada e as primeiras redes sociais surgiram, ninguém imaginava como a Creator Economy engatinhava. Agora, olha onde chegamos.

Se temos questões, dores e também novidades, é porque todo mundo caminhou junto. Por esse motivo queremos promover, mais uma vez, um palco pra debater todas as questões do nosso mercado. O que mais a gente precisa discutir?

Por aqui, acreditamos numa estrutura de negócio sustentável, onde a cocriação pode ser o caminho para uma campanha mais assertiva e segura, já que a ideia é emprestar a audiência do creator para apresentar o seu produto.

Quem melhor pra conversar com essa galera do que o centro dessa atenção toda? Por isso é importante que as marcas, apesar de firmes no que acreditam, precisam se mostrar um pouco mais maleáveis para acolher o creator na ideia, de forma que ele possa alavancar o negócio, ao invés de simplesmente estampar seu rosto.

Pensa com a gente num exemplo prático: o mercado da publicidade sempre focou em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Mas o nosso país é gigantesco e, cada vez mais, marcas e creators de fora desse eixo estão optando por permanecerem próximos às suas bases.

Nem sempre um alcance gigantesco é o que vai converter mais.

Nessa toada, o Sudeste vai deixando de ser visto como a única rota de sucesso. Se é que um dia estivemos nela, né? Mas o lance é explicar como não é mais preciso colocar seu rosto e gravar vídeos pra bombar na internet.

É possível criar personagens e até usar fantoches, ou pessoas criadas por inteligência artificial pra dar voz a um conteúdo. E, às vezes... ninguém precisa aparecer.

Mas também tem quem apareça antes da hora: não é porque a Gen Z cresceu vendo a Maísa trabalhando desde pequena, que qualquer criança pode ser colocada na frente das câmeras pra sustentar a família de forma indevida.

Podcasts mostraram na prática que constroem comunidade de verdade.

E ela pode ser extremamente rentável, mesmo que não seja gigantesca.

É uma impressão que, se a gente ainda tá travado no formato do Instagram e de acumular milhões de seguidores, fica difícil entender isso, né?

Os streams também conquistaram seu espaço com transmissões ao vivo que transformam audiência automaticamente nessa comunidade, porque diferente de um programa de TV, dessa vez você pode mandar um salve pra quem tá apresentando.

Não adianta só observar tendências.

Chegou a hora das marcas testarem na prática, investirem em diferentes canais e se conectarem de forma menos forçada com a audiência que buscam atingir.

Além de falar muito mais do que cabe nesse texto, não é o lugar pra você ouvir um case bonitinho (mas ordinário!) e frases de impacto meio vazias.

É onde a gente encara de frente as dores, ouve quem está com a mão na massa e testa caminhos reais.

É o lugar pra quem cria conversas, pra quem paga pra entrar nelas, e pra quem vê tudo isso de camarote.

Só não é lugar pra quem interrompe toda essa turma e tenta levar no grito. Esse lugar já passou.

O que importa, no fim das contas, pode ser mais o conteúdo do que o creator.

Através de pesquisas, estudos e jornadas imersivas, mapeamos as oportunidades que as marcas podem aproveitar para construir narrativas com boas histórias.

É assim que o mundo funciona, pelas lentes do capital. Isso é o consumismo.

Competição por prestígio.

Otimização de si mesmo.

Esse texto foi inspirado na News #24.

(Para se aprofundar e mergulhar nos assuntos corre pro @instayoupix e receba, em primeira mão, o olhar de todo o time da YPX :))

Para refletir melhor sobre tudo: clique aqui.