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Diversas pessoas fazem uma quantidade abundante de tarefas ao longo dos dias e da semana para ganhar a vida, e isso inclui uma pluralidade de empregos.
Desde o trabalho manual e braçal até carreiras altamente especializadas, como medicina e engenharia, as pessoas desempenham papéis diferentes na sociedade para garantir seu sustento e atender às suas necessidades financeiras.
O livro "Bullshit Jobs: A Theory", escrito pelo antropólogo David Graeber, aborda a ideia de que muitos empregos são inúteis ou "empregos de merda" que não contribuem significativamente para a sociedade.
Graeber argumenta que, apesar do avanço da automação e da tecnologia, a sociedade moderna continua a criar empregos que não têm um propósito claro ou que, na verdade, são prejudiciais.
O autor classifica esses empregos sem sentido em várias categorias, incluindo "funcionários de aluguel", que são empregados pelas organizações apenas para cumprir regulamentos ou preencher burocracias, e "administradores de fluxo de trabalho", cujo trabalho é gerenciar processos que não agregam valor real.
Graeber argumenta que esses empregos não apenas desperdiçam recursos, mas também têm impactos negativos na saúde mental e no bem-estar das pessoas que os ocupam.
A teoria da sua obra analisa criticamente a natureza de muitos empregos na sociedade moderna, questionando sua utilidade real e os efeitos adversos que podem ter tanto na vida das pessoas quanto o seu reflexo na economia.
O autor provocativamente sugere que a sociedade precisa repensar a forma como valoriza o trabalho e reconsiderar de certa forma a distribuição de tarefas e recursos para criar empregos que tenham um propósito mais significativo.
A Grande Renúncia
A tendência de milhões de pessoas se demitindo em diversos países nos últimos anos, conhecida como "The Great Resignation" ou "Big Quit", é um fenômeno complexo com várias causas e implicações.
Listamos aqui algumas das razões por trás desse fenômeno, que incluem:
Pandemia da COVID-19: a pandemia trouxe mudanças significativas na forma como as pessoas enxergam o trabalho. Principalmente o aumento do trabalho remoto e a necessidade de equilibrar trabalho e vida pessoal, devido o fechamento de escolas e creches, o que fez muitas pessoas repensassem suas rotinas.
Mudanças nas preferências: muitas pessoas começaram a valorizar mais sua saúde, bem-estar e tempo com a família após viverem a experiência do isolamento social e a incerteza da pandemia. Isso levou muitos trabalhadores em busca de novas oportunidades, com um melhor equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Insatisfação: alguns trabalhadores podem ter se sentido desmotivados ou insatisfeitos em seus empregos, o que os levou a buscar diferentes cargos e funções, que fossem mais gratificantes, significativos ou alinhados com seus valores pessoais.
Reservas financeiras: durante a pandemia e isolamento muitas pessoas acumularam economias significativas devido à falta de opções de gastos, como viagens e entretenimento. Isso deu a algumas pessoas a segurança financeira para deixar seus empregos em busca de algo melhor.
Aumento na demanda: em alguns setores, como tecnologia, saúde e logística, a demanda por trabalhadores aumentou significativamente, tornando o mercado ainda mais favorável para quem procura.
O termo "The Great Resignation" ou "Big Quit" surgiu para descrever essa tendência global de pessoas deixando seus empregos em grande escala.
Comportamento que reflete a ideia de que muitos trabalhadores estão reavaliando suas carreiras e prioridades, e as empresas estão enfrentando desafios para atrair e reter talentos.
Esse fenômeno tem consequências significativas para as empresas, que precisam se adaptar às expectativas em evolução dos funcionários em relação ao equilíbrio entre vida pessoal e profissional e às condições de trabalho oferecidas.
Essa é uma manifestação complexa impulsionada por uma combinação de fatores, incluindo mudanças pessoais e a busca por um equilíbrio e qualidade de vida, com impactos profundos no mercado e nas estratégias de recrutamento e retenção das empresas.
A realidade no mundo corporativo não é mais a mesma. E nem sempre a grama do vizinho está mais verde como imaginamos muitas vezes.
Prever o futuro do trabalho é uma furada.
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